O show da atual grande vencedora do Grammy começou às 23h20, 20 minutos após o horário inicialmente divulgado. Com uma fórmula de show já testada e aprovada, Beyoncé não mexe no seu set list, o que deixa a ordem das canções previsível (para quem acompanhou os outros três shows no Brasil), mas, por outro lado, dá ao espetáculo, de aproximadamente 1h30, uma impecável excelência.
Jogando para ganhar, o show abre com "Crazy In Love", primeira música de sua carreira-solo e uma das melhores canções pop da década passada. Fotógrafos tem apenas 80 segundos (tempo permitido pela produção) para registrar o visual da diva, por isso, nas fotos de todos os shows no Brasil, Beyoncé aparece com a mesma roupa dourada.
Mas o visual de Beyoncé muda bastante durante o show. Na verdade, a apresentação tem um esquema de musical, com diversos atos, cada um com diferentes roupas e canções, que, normalmente, tem um clima em comum.
Depois do arrasador início com a sequência "Crazy In Love"/"Naughty Girl"/"Freakum Dress"/"Get Me Bodied", vem a parte anti-clímax do show, com as fracas baladas "Smash Into You"/"Ave Maria"/"Broken-Hearted Girl". Especialmente em "Ave Maria", música com instrumental baseado no tema religioso, mas com letra diferente, onde Beyoncé aparece vestida com uma noiva de branco.
A coisa volta a esquentar com a balada de pegada rocker "If I Were A Boy", que ao vivo ganha mais peso do que a versão de estúdio, além do plus do bom cover do hino feminista da canadense Alanis Morissette "You Oughta Know". Em boa parte, mérito da banda de apoio da cantora, formada apenas por talentosas garotas.
Tanto que, durante algumas das trocas de roupa de Beyoncé, as ladies de sua banda ganham seus momentos de brilho: seja na performance solo das The Mamas, suas backing vocals, ou na apresentação solo da baixista da banda, tocando partes de vários hits do Rei do Pop Michael Jackson, como Billie Jean.
De volta ao palco, Beyoncé se volta para algumas das boas canções do último disco, "I Am... Sacha Fierce". A quase eletrônica "Diva" ganha caprichada coreografia com suas dançarinas. Já "Radio" tem um dos momentos mais simpáticos do show: no mega telão que acompanha o show, imagens de Beyoncé quando pequenina são confrontadas com a performance de Beyoncé no palco. Em comum, o sorriso e nítida paixão pela música e dança.
Mas o público vai mesmo ao delírio com a parte 'intimista' do show, quando Beyoncé sai do palco principal e vai para uma pequena plataforma, literalmente no meio do público. Acompanhada por quatro dançarinos, a cantora mexe, remexe e canta pra valer, aproveitando para interpretar sucessos como "Irreplaceable" (Beyoncé comanda o famoso coro 'to the left', junto com a plateia), aliado a algumas músicas do seu antigo grupo, o Destiny's Child, como "Bootylicious" e "Say My Name".
Nessa música, Beyoncé chega ao contato direto com os fãs. A cantora senta-se no palco menor, ficando no nível do público. Um dos sortudos fãs, chamado Cauê (nome que Beyoncé parece demorar entender), ganha citação durante a letra de "Say My Name".
De volta ao palco principal, mais algumas músicas até o momento aguardado por todos: "Single Ladies". A música é antecedida por um vídeo que mostra o fenômeno o qual seu clipe se tornou, com interpretações de desconhecidos até aparições de celebridades como o cantor Justin Timberlake e do presidente dos EUA, Barack Obama, todos não resistindo à coreografia de "Single Ladies".
Beyoncé comanda então a coreografia geral que quase todas as 45 mil pessoas presentes acompanham, nem que seja fazendo o famoso movimento das mãos da dança.
Para fechar a noite, Beyoncé canta "Halo", balada que dominou as rádios brasileiras em 2009. Após uma pequena homenagem durante a música para Michael Jackson, a cantora encerra sua apresentação com a frase "Salvador, I'm yours. Can't wait to come back soon!" ("Salvador, eu sou de vocês. Mal posso esperar para voltar logo!").
Ivete e ingressos baratos - Apesar da boa lotação no Parque de Exposições, próximo do número máximo de 50 mil expectadores, era possível encontrar muitos ingressos nas mãos de cambistas por valores entre R$ 20 e R$ 40 (pista), até poucos momentos antes de começar o show de Ivete Sangalo, além de um bom espaço vazio entre a pista vip e aqueles que chegaram cedo e viram de longe Beyoncé, do local reservado para a pista comum.
Ivete Sangalo, que também abriu o show de Beyoncé em São Paulo, começou seu show pontualmente às 21h. Diferente da apresentação na capital paulista, em Salvador Ivete jogava em casa. Isso lhe garantiu um show bem recebido pelo público e de maior duração do que em São Paulo (40 minutos em SP, 1h20 em Salvador).
Por isso, Ivete teve tempo para mesclar músicas próprias e diversos covers como "País Tropical" (Jorge Ben), um pout-pourri de lambada e até os pagodes "Lobo Mau" e "Rebolation", fortes candidatos a sucesso no Carnaval de Salvador, que começa nesta quinta.
À vontade no palco, Ivete, como de costume, falou e brincou muito com o público. Disse sobre a sensação de estar trazendo Beyoncé para Salvador ("precisamos incluir a cidade nos shows internacionais") e até fez comentários sobre o affair entre o cantor do Parangolé, Léo Santana, e a funkeira Perrla ("vocês viram o beijo de Léo na Perrla? Menina... Eles dizem que estão só ficando...").
Mas o que chamou a atenção do público foi a rápida aparição da apresentadora Xuxa, no palco com Ivete. Mesmo sem cantar (Xuxa se recusou a acompanhar Ivete), a apresentadora foi ovacionada pelo público, que cantou, junto com Ivete, em sua homenagem, a música "Ilariê".
O encerramento do show ficou com a música "Dalila" que, segundo mais uma das brincadeiras de Ivete no palco, "é prima de Beyoncé".
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